domingo, 8 de janeiro de 2012

XIX Congresso Nacional do Ministério Público - Hangar/Belém/PA

Soubemos pouquíssimos dias antes de começar que o Congresso do Ministério Público iria acontecer em Belém. E sob especulações de que Michel Temer viria. O Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre havia discutido sobre a possibilidade de intervir no primeiro dia de congresso momentos antes, porém nada havia ficado resolvido em termos de ações.

Na eurofia do momento, pensamos em barrar a entrada de Michel Temer. Mesmo sem saber pra quê, por quê, como, nem o que dizer. Apesar de todos terem muito a dizer para ele. E no calor da revolta, mobilizamos a todos para estarmos presente numa quinta-feira de Novembro.

Ao chegarmos no local (aí posso já falar sob minhas próprias impressões),  não havia tanta crença de que o Michel  Temer realmente viesse. A galera do VEM (Vegetarianos em Movimento) chegou com uma faixa e um mega-fone e outras tantas pessoas chegaram com cartazes pronunciando suas indignações. Pouco minutos depois do horário marcado, o local já estava habitado com muito mais pessoas do que havíamos imaginado. Os participantes do evento estavam chegando para o credenciamento. E ficamos no aguardo de algo ainda meio indefinido naquele momento. Por volta das 18:30, o céu de Belém anunciava chuva. E foi graças a este momento que todos se mobilizaram para entrar no Hangar com faixa, cartazes e palavras de ordem. Fomos adentrando aquele espaço (que parecia a convenção das bruxas) com o intuito de dá voz a uma parte da sociedade não representada lá, e do qual também fazemos parte.

Todos os participantes do evento pareciam estar bem curiosos com a nossa presença. E os seguranças ficaram enlouquecidos tentando parar algo que nem eles sabiam muito bem o que era. Ao mesmo tempo, a polícia foi chamada e logo de posicionaram ao redor de todos nós, fazendo assim a “proteção”, não sei pra quem ou contra quem. Nos posicionamos perto da escada e continuamos a protestar. Decidimos que não sairimos de lá sem falar com alguém que nos prestasse alguns esclarecimentos canalhas. Como o fato da Norte Energia ser patrocinadora do evento, ter um estande com produtos sobre a construção da usina de Belo Monte e ainda ter uma fala no evento. Situações muito tendenciosas já que não havia representantes da sociedade organizada para discutir o assunto por outro vieis que não fosse da empresa que está consolidando o projeto.

Quando questionados sobre o ‘Por que’ de estarmos ali, sempre dissemos: “Esse é um protesto contra Belo-Monte e a presença da Eletronorte aqui”.  Então, logo diziam:” Vocês são contra o progresso?”. Mas, afinal, o que é o progresso? Progredir é matar? Destruir em nome da economia brasileira? Essa economia primarizada? Agora, nos digam: Isso é progresso

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